sexta-feira, 29 de março de 2013

Tempo da Tormenta


 Tempo da Tormenta




Tão rebeldes e fortes ao nascer

teimando em deixar meus olhos.

Mas tão morna e suave

percorrendo minha face.

Sinto um mar em seu sabor,

Um mar que limpa e purifica.

Mas beber de suas águas

é condenar-se à loucura

e a tormenta percorrida

atormenta meus sentidos.

Rendo-me ao seu sabor,

O sal também alimenta.
 
Daniela Fidelis
vinteenovedemarçodedoismiletreze

Indelével

Indelével

Indelével

o que não se pode...

pois não se deve...

apagar...


... na alma,

...no gosto,

você.



Jesuana Prado
dezdedezembrodedoismilenove

entretantos...

 entretantos...




Daí-me a fórmula

do abrandamento necessário,

com todos os poréns,

todavias, entretantos...

entre...tantos...
há resquícios...



Jesuana Prado
dezdedezembrodedoismilenove

Semana

semana

 

Minha semana

começa na sexta

e se estende

infinita

até domingo.

A segunda
é sempre
segunda.

Jesuana Prado
vinteesetedenovembrodedoismilenove




domingo, 3 de março de 2013

Ajuda

Ajuda

"Te ajudo a decorar os dias
Te empresto minha neblina."  *
Te ajudo a rememorar os anos
me apresento: Inteira.

Te ajudo a seguir devaneios
te conduzo ao abismo.
Te ajudo a devorar as horas
me esquivo: do avesso.

Te ajudo a roubar as noites
Te concedo minha dança.
Te ajudo a vaguear desejos
me embaraço: em segredos.

Te ajudo a iludir sentidos
Te emano minha energia.
Te ajudo a recomeçar em segundos
me entrego: Ligeira.


umdemarçodedoismiletrezeJesuanaPrado


* música Tempo de pipa- Cícero.

Nenhuns



"Nenhum poema se faz de matéria abstrata. É a carne, e seus suplícios, ternuras, alegrias..." 
Alphonsus de Guimaraens Filho


Nenhum Poema
se faz de vazio.
A não ser da Plenitude deste.
Se é que a imaginação permite.

Nenhum Poema
se faz do que não se sente.
Ele brota das entranhas
do puro sentimento,
da dor mais contida,
de uma ferida ainda aberta
dificil de sarar.

Nenhum Poema 
se faz do nada,
mas do nada se faz poema.

Poemas são cheios de tudo.

Poemas são poesias
repletas do que o poeta é ou foi.
ou imagina.

setedefevereitodedoismiletreze.

Jesuana Prado

Sou eu ou o Outro?

Sou eu ou o Outro?



Como podes
ser
outro.




do 
de 
outrora
resta tão pouco.

em pouco
espaço de tempo
de ser
já eras outro.

e esse outro,
não reconheço.

não encontro quem eras
no que és,
o que fostes
no que és.

o que fostes,
no estado de si,
quanto mais no nós,
esse inexistente.

o nós do passado
foi sepultado lá.

e o que renasce
não consigo dá fé.

Quatrodefevereirodedoismiletreze

JesuanaPrado