Sem Tom para o Adeus
Tenho uma dor conformada
de espinhos cravados
para a eternidade.
cada afago cancelado
pelo tempo amargurado
da voz sem tom para o adeus.
tenho o corpo censurado
teu formato desenhado
em cada lençol.
meu quarto ja nao é meu,
é teu.
e hoje com a febre me aqueço
na penumbra adormeço
lágrimas pra dentro
afogam meu coração.
Jesuana Prado
doismileseis
Pintura: Birth of Vênus, de Odilon Redon.
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